Sistema de Bandeiras 

O EMISFERA possui uma funcionalidade adicional denominada Sistema de Bandeiras, que foi desenvolvida visando à validação dos dados. Quando se trabalha com cálculo de emissões de gases de efeito estufa e outros indicadores socioambientais, é comum ocorrerem falhas de preenchimento ou erros de inserção de dados, comprometendo os resultados apresentados pela plataforma. O sistema de bandeiras é executado regularmente e atua na prevenção e correção de falhas de dados, operando dentro da Ferramenta de Análise de Dados (FCA). Após passar por este filtro, as informações aferidas e consolidadas são enviadas para a Ferramenta de Cálculo de Emissões (FCE).

A partir do momento que a FCA recebe os dados importados do IGS, o sistema de bandeiras opera em dois estágios:

• No primeiro estágio, para cada fonte emissora, a FCA verifica a ausência de preenchimento de dados e/ou preenchimentos inconsistentes. Quando ocorrem inconformidades neste estágio, o sistema aponta uma bandeira vermelha ou bandeira preta.
• Em seguida, para cada fonte emissora em que a condição do primeiro estágio for satisfeita, o sistema passa para o segundo estágio de verificação, que consiste em uma comparação de dados históricos das variáveis com os novos valores inseridos. Dependendo do tamanho da variação, o sistema atribui automaticamente as bandeiras azul, verde, amarela e laranja (Figura 1).

Figura 1 – Bandeiras e seus significados

Em seguida, é feita uma análise pelo operador da ferramenta (o agente que está elaborando a contabilização de emissões), pois algumas inconsistências podem ser desconsideradas se forem avaliadas como não problemáticas. Por fim, pode-se gerar um relatório automático de inconsistências e enviá-lo aos responsáveis pelo preenchimento dos dados, relatando as bandeiras encontradas e solicitando, quando necessário, a correção ou justificativa para dados avaliados como inconsistentes.

Assim, o sistema de bandeiras garante a integridade das informações, além de, ao comparar dados históricos, possibilitar a identificação de casos em que não ocorreram erros de preenchimento, mas foram detectadas variações muito significativas. Nos casos em que as emissões aumentaram muito, alertas podem ser enviados para as empresas, comunicando o problema e solicitando atenção para sua resolução; quando são verificadas reduções significativas, pode-se solicitar a emissão do relato das medidas tomadas, para que esses casos sejam usados como exemplos de boas práticas.

Dessa forma, o sistema de bandeiras transcendeu seu papel original de ser somente um mecanismo de análise de consistência de dados, tornando-se uma importante ferramenta de gestão das emissões de gases de efeitos estufa. Vale destacar que essa solução só existe na plataforma EMISFERA, sendo um diferencial em relação a outras ferramentas no mercado voltadas para cálculo de emissões.

Ferramenta de estimativa de emissões e remoções de atividades de uso do solo

A ferramenta de estimativa de emissões de atividades de uso do solo (FUS) destaca-se por ser a única que contabiliza remoções de CO2 e por fazer um balanço (remoções – emissões) das atividades relacionadas ao uso do solo, que compreendem:

• atividades de supressão vegetal para implementação de novos empreendimentos de geração e transmissão de energia elétrica;
• projetos de reflorestamento diversos e recomposição de vegetação em bordas de reservatório.

A supressão de vegetação (desmatamento) representa uma emissão, uma vez que a decomposição da biomassa resulta em emissões de CO2 para a atmosfera. Entretanto, o reflorestamento tem efeito oposto, sendo contabilizadas as remoções de CO2 da atmosfera por conta da absorção das mudas plantadas no processo de fotossíntese, ficando o carbono removido da atmosfera estocado sob a forma de biomassa.

Desta forma, a captura de carbono contabilizada pela FUS não se restringe às iniciativas voluntárias, mas compreende também ações decorrentes de obrigações legais das empresas, como o atendimento a condicionantes de licenciamento ambiental de empreendimentos. Tal medida segue metodologia aceita pelo mercado e já é publicada junto aos inventários de Emissões de GEE das empresas Eletrobras desde 2018.