O pesquisador André Luiz Diniz, do Departamento de Sistemas Eletroenergéticos, apresentou o modelo DESSEM, desenvolvido pelo Cepel, no Norus Summit 2024, evento destinado a empresas e instituições que contribuem para o avanço do setor elétrico. Diniz foi um dos participantes do painel “Futuro das ferramentas de apoio à programação diária”, que procurou traçar diretrizes para os principais avanços nos modelos energéticos.
O DESSEM é um modelo que realiza a otimização para a programação diária da operação e formação do preço de sistemas hidrotermo-eólicos de curto prazo.
Você sabia?
O DESSEM é utilizado desde 2020 pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) para apoio ao despacho do sistema, e desde 2021 pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para estabelecimento do preço de liquidação de diferenças (PLD) no Brasil.
No evento, realizado em abril em Santa Catarina, André Luiz Diniz apresentou os principais aprimoramentos em curso no modelo para a representação do parque hidráulico, como o unit commitment (alocação horária) das unidades geradoras hidrelétricas. A solução também auxilia na modelagem de algumas restrições sistêmicas, apontando, por exemplo, o status “liga/desliga” das unidades geradoras, indicando a reserva de potência do sistema. Outra vantagem é a conexão com os modelos DECOMP e NEWAVE, também desenvolvidos pelo Cepel, que sinalizam valores da água mais efetivos para o modelo DESSEM. Avanços no desempenho computacional da ferramenta, principalmente na presença de restrições de unit commitment térmico, também foram apresentadas pelo pesquisador.
Já um segundo painel, intitulado “DESSEM no dia a dia do mercado e operação”, procurou mostrar os principais aspectos e procedimentos que são considerados pelo ONS na realização da programação diária com o uso do modelo, solução também utilizada para geração por empresas como CPFL e Engie – e de comercialização, e pela Gold Energia.
“Uma das principais constatações que pode ser destacada a partir dos dois painéis é que os desenvolvimentos previstos para o modelo DESSEM estão alinhados com as principais necessidades tanto do ONS como dos agentes em relação à programação diária e da formação de preço no Brasil”, afirmou o pesquisador André Luiz Diniz.