Cepel conclui última etapa de projeto sobre operação de usinas termelétricas em regime flexível  

Engenheiros do Cepel, da Petrobras e do Eletric Power Research Institute (Epri) visitaram, entre os dias 13 e 17 de novembro, plantas de geração termelétricas localizadas em Nova Iorque e Orlando, nos Estados Unidos, que operam em regime flexível. A atividade fez parte da última etapa do Projeto UTE Flex, que busca fazer com que duas Usinas Termelétricas (UTEs) brasileiras administradas pela Petrobras — Temorio, em Duque de Caxias/RJ, e Ibirité, localizada na região metropolitana de Belo Horizonte/MG, passem a funcionar em regime flexível. Wagner Ferreira Lima e Bruno Reis Cardoso, do Departamento de Materiais e Mecatrônica, representaram o Centro na ocasião. 

Essas UTEs foram projetadas para atuarem em regime contínuo, porém, os Leilões de Reserva de Capacidade de energia demandam que elas passem a operar em regime flexível, de acordo com as necessidades de cargas do setor em determinados momentos do dia. O novo regime de operação tende a acelerar a degradação de alguns materiais das plantas. 

Com olhar neste requisito, o Cepel realiza o projeto para a Petrobras, que trata das melhorias necessárias nos ativos e nas operações industriais para que as usinas passem por essa transição, e, então, atuem com mínimas perdas de eficiência energética, mitigando danos aos equipamentos. O Cepel desempenha o papel de gestor técnico deste Projeto, enquanto o Epri, devido a sua expertise e reputação mundial no assunto, atua na consultoria técnica. 

Nesta última etapa, os engenheiros envolvidos puderam debater com as equipes das termelétricas americanas a forma de operação das UTEs sob o regime flexível, a mitigação dos problemas causados na transição, gerenciamento das equipes, gestão dos ativos, monitoramento da água, entre outros tópicos.  

Wagner Ferreira Lima, gerente do Projeto pelo Cepel, explica que, com a visita, a equipe pôde analisar de perto as condições reais da operação, e aponta a importância da interação com o Epri para o sucesso do Projeto: 

— Esta mudança impacta no modo de operação, eficiência e vida útil das termelétricas. Mesmo com uma expertise de mais de 35 anos na avaliação de integridade dessas plantas, o estudo demandou conhecimento mais elevado na eficiência operacional, e é nesse contexto que firmamos a parceria com o Epri. A transferência de tecnologia entre as duas instituições superou todas as expectativas, indo muito além do valor do faturamento do Projeto. Estamos colhendo os resultados dessa próspera colaboração, que nos dará diversos desdobramentos no futuro, visto que esse conhecimento ainda não é aplicado no país — ressaltou. 

Trajetória do Projeto UTE Flex  

A iniciativa surgiu no ano passado, após a Petrobras assinar o Termo de Adesão, que a formalizou como associada especial do Centro. O Projeto é um dos quatro firmados no acordo, que teve como uma de suas etapas o Workshop Virtual de Operações Flexíveis em Usinas Termelétricas, promovido em março deste ano. Organizado pelo Cepel e ministrado pela equipe do Epri, o evento contou com a participação de mais de 200 colaboradores da Petrobras e do Centro.  

Os palestrantes exploraram os danos que se tornam mais frequentes durante a conversão e transmitiram recomendações técnicas sobre o que fazer para diminuir o impacto das consequências, como as paradas não programadas das usinas. Um dos principais pontos discutidos foi a forma de controlar a temperatura, taxas de aquecimento, resfriamento e o ciclo de vida dos geradores de vapor e da caldeira de recuperação (HRSG), cuja função é reutilizar energia térmica que seria descartada, o que reduz o consumo de CO2 e aprimora a eficiência energética da planta. Também abordaram os cuidados com turbinas a gás e a vapor e a química do ciclo da água nas usinas.  

Outro marco importante do projeto foi a realização das Visitas Técnicas às UTEs Termorio e de Ibirité, plantas escopo do projeto, que ocorreram em maio de 2023. Nessa fase, foi elaborado um mapa de risco, sendo sugeridas as principais recomendações a serem implementadas em cada usina a fim de estarem mais adequadas às condições impostas pelo Leilão de Reserva de Capacidade.  

Cepel e Petrobras 

O Projeto é uma das várias iniciativas do Centro com a Petrobras. Outra que vale destacar é o Projeto Diatermica Plus, atividade de monitoramento que avalia a integridade de componentes de termelétricas.  

A Petrobras é associada especial do Cepel, junto de outras 10 empresas de alta relevância para o setor de energia. Associados, parceiros e clientes têm acesso ao conhecimento de equipes técnicas multidisciplinares, infraestrutura laboratorial para realização de ensaios e pesquisa, acesso aos projetos de P&D+I, realização de serviços laboratoriais e de campo, licenças de programas computacionais desenvolvidos pelo Centro, entre muitos outros benefícios. Clique aqui e saiba mais sobre as atividades do Cepel.  

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